quarta-feira, 9 de março de 2011

Poema de amor a uma camisa rasgada.

Tenho carinho por esse texto, ele fala da subjetividade. E exalta o amor, nele eu amo e compreendo apenas a minha camisa rasgada e manchada.


Se olharem a minha camisa
se olharem bem
os furos como póros
de um ser
ser que vive :
ser vivo.

E mesmo bem profundo,
a fundo,
não a verão bonita.

A enxergarão furada,
mas refuto e tenho argumento:

Está na meninice, deseja brincos nas orelhas.

E a julgarão manchada
enquanto eu verei a pintura em seus olhos
(especialmente as meninas dessa idade tem certo apego às cores)
refuto:

Eles não entendem a maquilagem de minha pequena, é vanguarda demais.

E eu os verei uns crápulas
insensíveis, limitados, sem amor
E não há o que refutar.