quinta-feira, 23 de junho de 2011

Porque Desdita é sobrecomum aos dois gêneros.

Adoro a palavra desdita. Fugindo da desdita que é a vida, surge a poesia. E é da desgraça que surge essa, que não é das melhores, mas chora um choro verdadeiro.

Depois de dito,não há desdito.
E desdizer é só sonho, utopia.
A desdita é fato, é tudo, e o é sem se arrepender.
Não há arrependimento que dê jeito na palavra que já escapou,
Já machucou. Já matou.
O vento passou,
O som se foi,
Mas algo continua aqui.
Um sentimento de desgosto, de tristeza e não há o que se fazer.
Não adianta a desculpa.
Ela não mata a culpa ou desdiz o dito.
Esse dito que soa mais como não dito
O dito, desdita, não pode ser desdito: desdita é sobrecomum
E é sobrecomum aos dois gêneros: a desgraça é tudo que temos, seja homem ou mulher.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O grande salto do meu menino.

Acabei de ler "Estação Carandiru", um livro que mexeu muito comigo. Espero que todos tenham a oportunidade de ler esse livro, que todos possam enxergar os presidiários apenas como pessoas que cometeram um erro. Eu devo ter esbarrado em alguém hoje, e na prova que fiz errei algumas questões, mas não estou preso por isso. É claro que seus delitos foram mais graves. Então tudo bem, que fiquem presos. Mas escória da sociedade, seres inferiores.... blá blá blá, toda a baboseira que costuma-se dizer é inaceitável que se diga sobre os presidiários. Pra quem se interessar pelo tema, depois de ter o textículo abaixo, leiam um grande texto sobre: "Meu Guri" do Chico Buarque. Naquela música ele diz tudo que se pode dizer sobre o tema.

Vem, moleque!
Sai da invisibilidade.
Rasga esse manto desgraçado que te cobre, te encobre.
Usa o brilho do meu rolex! Aproveita, é todo teu.
Na tua corrida o mundo tem os olhos em você.
Apertam o rosto, te seguem, perseguem.
Veja, pequeno, todo o mundo te segue com os olhos.
Você é a menina de nossos olhos.

Depois, meu pequeno, agora que te encontramos,
o hospedaremos em nossa casa, no seio de nossa pátria.

O invisível não é pra você, o transparente é muito pouco pra ti, oh transpassante dos nossos papiros.

Chega ao teu pódio, pula e (a)testa a madeira! É maçaranduba, é verdadeira, meu pequeno!

Vejo o dourado a tua volta, é ouro.

Goste ou não, a imortalidade é tua.
E sai nos jornais, revistas e noticiários.
É só uma página, mas é toda tua(embora a divida com teus colegas de classe).
Depois de lido, o jornal vai ao lixo, é fato.
Mas átomos são desfeitos? Morrem?
Não, meu pequeno!

Vai moleque, abraça o imortal e aceita o teu destino!