Todo o amor que passou em sua vida e todo o amor que viria a passar em sua vida. E o homem assistindo de perto, com os olhos perdidos e confundidos com outros olhos na multidão. Todo seu amor ali, à sua frente, em um abraço excludente de si. Não eram um menino e uma menina, não eram colegas de escola, adolescentes em abraços fajutos. Não. Era seu amor do passado e seu amor do futuro se abraçando, se amando, e excluindo o rapaz.
Abaixou a cabeça e morreu, para aquele presente, para aqueles amores. E aqueles amores se foram para todo o dia. Ao levantar o rosto, viu, de relance um transeunte em primeiras barbas: renasceu para o amor. E agora estava vivo de novo, com mais uma cicatriz, a cicatriz de mais dois amores. Com mais uma cicatriz estava o rapaz, vivo para o amor.