sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Dolorosa Descoberta da Mediocridade.

É duro descobrir sua mediocridade. É difícil constatar que você é apenas mais um, apenas mais um misturador de palavras, aproveitador delas. Que seu nome nunca vai ser lembrado num livro de história, que dirá, num de literatura. Que todos os elogios eram apenas subterfúgios para para a condição de existência humana: sonhar, pretender. Saber que seus poemas,músicas seus quaisquer-coisas se perderão na poeira do descaso e, se tiverem sorte, se desfigurarão no calor de uma gaveta empoeirada. É doloroso ver seus sonhos caírem, suas pretensões,tão despretensiosas, tão sonhadoras, caírem.Ter de abaixar a cabeça, o coração, para os melhores. É duro descobrir-se de verdade, dói. É difícil desmaranhar toda a névoa dos sonhos e descobrir que você é apenas mais um. Nada mais.




Nota- não sei se importante-: escrevi isto depois de ler sobre Arnaldo Antunes, um artista que eu admiro. Fiquei com inveja e escrevi. Não era só inveja. Era medo de fracassar, de decepcionar, era insegurança. Era um turbilhão de coisas.

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