sexta-feira, 6 de maio de 2011

A corrida.

Éramos companheiros de corrida.
Do ônibus ao chuveiro.
Éramos amigos.
E corríamos no mesmo ritmo.
Mesma velocidade, passos ordenados.
Natural: esquerda, direita, esquerda, direita.

Durou pouco.
Cansaço, ou o calor do Rio de Janeiro, eu não sei.
Desandou: esquerda, direita, direita, direita, esquerda.
Confusão.

Ruptura.

Ele continuou.
Correu o mundo com seus pés.
Gastando as solas, desnudando a carne.
E eu fiquei.
Caído.
A segui-lo com o olhar.
E eu o segui, e segui - era onipresente.

E ele nem olhou para trás.

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