A gente fuma o cigarro é pra sentir o inferno perto da boca.
Pra ver o negócio queimando e se sentir no controle.
A gente quer o inferno bem perto.
Pra vigiar.
Pra não ser surpreendido.
Pra esquecer o inferno que a gente vive e dizer:
“ Esse eu controlo.”
A fumaça entrando.
A fumaça saindo e arrancando tudo.
Te matando um pouquinho.
Te levando alguns minutos de dor.
Te dando essa dádiva
O gosto amargo é de homem.
Porque eu posso agüentar todo o amargo da vida.
A gente fuma é
Prá sentir o gosto ruim e provar pra si mesmo que agüenta.
Que a gente é bom o bastante.
Que a vida bate, mas a gente levanta.
Machucado, mais feio que antes.
Mas aqui. Encarando ela e dizendo:
“Sua filha da puta, eu não vou desistir.”
A gente fuma é pra sentir
Que o gosto ruim é menor que você.
Que você é melhor que alguma coisa.
Que tem algo que cheira pior que você.
Que há outros infernos por aí,
Que o seu é só mais um.
E se alguém te disser que você cheira mal.
Responde:
“ Foda-se.
Eu não sou o único.”
Porque a gente não gosta de se foder.
Mas pior que se foder é se foder sozinho.
Menino quer mostrar seus textículos ao mundo. Esse é seu espaço. Lembremos que são textículos literários, não outros. Literatura de qualidade duvidosa.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
O tudo que houve entre nós.
Há um olhando, outro olhado.
Há um incômodo, um incomodando e dois incomodados.
Não há desculpas, desculpando ou desculpado.
Só um ensaio de pedido.
Porque não há culpa, apenas sentimento velado.
Os olhos para baixo: só se via mãos.
Nos ouvidos fones de ouvidos: trilha sonora diversa.
O ônibus correndo.
Gente subindo, gente descendo.
A gente engolindo a cidade.
A cidade engolindo a gente.
A gente não vê a cidade.
A cidade não vê a gente.
Eu não vejo ninguém.
Ninguém vê a gente.
Há um e um.
Não dois.
O banco não é pra dois.
É um banco duplo para um e um.
E é isso o que há: um e um.
O tudo descrito é só prosa, poesia ou sonho: imaginação.
No fundo,
(Fundo?! Que fundo?! Nunca houve relação de mais superfície!)
havia nada entre nós.
Não havia nós.
Havia eu e ele.
Havia apenas a incerteza:
" Ele quer um beijo ou só roubar meu relógio ? "
Há um incômodo, um incomodando e dois incomodados.
Não há desculpas, desculpando ou desculpado.
Só um ensaio de pedido.
Porque não há culpa, apenas sentimento velado.
Os olhos para baixo: só se via mãos.
Nos ouvidos fones de ouvidos: trilha sonora diversa.
O ônibus correndo.
Gente subindo, gente descendo.
A gente engolindo a cidade.
A cidade engolindo a gente.
A gente não vê a cidade.
A cidade não vê a gente.
Eu não vejo ninguém.
Ninguém vê a gente.
Há um e um.
Não dois.
O banco não é pra dois.
É um banco duplo para um e um.
E é isso o que há: um e um.
O tudo descrito é só prosa, poesia ou sonho: imaginação.
No fundo,
(Fundo?! Que fundo?! Nunca houve relação de mais superfície!)
havia nada entre nós.
Não havia nós.
Havia eu e ele.
Havia apenas a incerteza:
" Ele quer um beijo ou só roubar meu relógio ? "
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