segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Versos só apenas.

Há versos que já nascem sem vida.
Que são abortos espontâneos de nascença.
Que nascem sem métrica, ética ou licença poética.
São só cuspe do corpo.
Vômito, escarro, coisa assim.

E destroem o caminho por onde passam.
E matam, só matam.
E vão tímpanos, ouvidos, orelhas, carne e tudo mais.

São morte (mal) traduzida em palavras.
É desmorfia travestida de texto.
Não faz livro, não literária, não é poesia.
Só assassina, é assassina.
Faz chorar, só isso, só faz chorar.
E não chora.

É só.
Só de solidão, só de solitário.
Só de tristeza, e só tristeza em ondas sonoras.
Só de apenas.

É isso: talvez esses versos sejam só apenas.
(Embora pena seja seu começo, meio e fim e então o prefixo de negação já perdeu seu sentido.)

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