sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quanto ao tempo

Lembra que tempo é recurso finito não-renovável.
Não brota
ou renasce
ou revive,
é fugaz.
*
Lembra que tempo é senhor
Da corredeira da vida.
E o que vai,
Já foi.
E foi-se,
Adeus.
*
E como disse a poeta,
“ Faz a gente, faz da gente e se desfaz.
Ele enrola e desenrola.
Dá gorjeta e pede esmola.”
Enche a sacola do perdão
e do pecado.
Pondo-os lado a lado
até a batida final.
*
Apaga os vestígios.
E não deixa resquícios,
muito menos prestígios,
de vida qualquer.
*
Lembra que o tempo faz nascer e morrer.
E nos faz fazer
do tempo o que for
Fazer dinheiro, fazer amor.
Sentir poesia, sentir rancor.
Escolher o que melhor for,
o caminho de menos dor.
*
E se depois do tempo passar,
e só a tristeza sobrar,
o tempo não vai lamentar,
lamento,
que escolhestes gastar
assim o teu tempo.
*
E não haverá mais dor.
Ou choro,
ou arrependimento.
Porque agora,
e novamente lamento,
já não haverá mais tempo.

2 comentários:

  1. Rapaz, estava há muito sem aparecer aqui em seu blog, porém qual surpresa seus poemas não me oferecem a cada retorno! Admiro teu digno talento que só faz crescer, que a literatura seja para ti tão importante como a vida, e que a vida seja vivida com literatura. Eu sei que seu caminho é e será para sempre maravilhoso.

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  2. Perfeito! Texto lindo que me lembra a expressão latina "Carpe Diem" (Aproveite o dia!)

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